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Homossexualidade e o envelhecimento



Uma pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) aponta que um LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, queer e intersexuais) é agredido no Brasil a cada duas horas e, a cada 19 horas, um é assassinado.


Em relação à esta população mais longeva, o preconceito pode ser duplo. Em São Paulo, foi criado um Centro de Referência para idosos LGBTQIA+ - a Eternamente Sou - que realiza projetos voltados ao atendimento psicossocial à esta população. Eles contam com uma equipe de voluntários multidisciplinares - psicólogos, assistentes sociais, médicos e advogados responsáveis pelo planejamento de projetos que visam atender às necessidades de pessoas LGBT50+.


Para Milton Crenitte, que é médico geriatra do Hospital das Clínicas, em São Paulo (SP) e voluntário da associação Eternamente Sou, um dos grandes problemas é a dificuldade que pessoas LGBTQIA+ com mais de 60 anos têm de conseguir ajuda. Pela falta de estudos e dados sobre essa população, ele começou a pesquisar mais sobre o assunto na área da saúde. Analisando 7 mil respostas de idosos por todo o Brasil, ele chegou à conclusão de que, entre essas pessoas que responderam o questionário, ser LGBTQIA+ é um fator de risco. "Não estamos falando só sobre conseguir entrar em uma UBS, mas num sentido mais amplo: tem transporte para essa pessoa chegar até o atendimento? Ela tem dinheiro para a passagem? Essa pessoa vai ser bem recebida? Vai poder usar o banheiro com tranquilidade?"


Futuras velhices


Em um futuro próximo, a população brasileira será mais idosa do que jovem, de acordo com as projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2060. E apesar de não existir um dado que mostre quantos são os idosos LGBTQIA+ no Brasil, a Eternamente Sou, tem se esforçado para construir uma ambiente mais saudável e acolhedor para essas pessoas.


O respeito às diferenças existentes entre cada ser humano constitui pressuposto de uma sociedade democrática que, como tal, reconhecendo a singularidade de cada indivíduo e a complexidade que disso emerge, deve garantir direitos que, em verdade, são inerentes a toda e a qualquer pessoa.


Reconhecer e respeitar o outro, independente de suas escolhas e preferências, fazem parte do cuidado.


Fontes:









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