As limitações de deslocamento que começam a aparecer ao longo da vida, seja por questões físicas, diminuição das tarefas de trabalho externo e de cuidados com filhos e outros dependentes ou ainda pela distância de entes queridos, fazem parte da realidade de muitos idosos, ainda que não de todos.
Uma situação que atingiu amplamente a sociedade e nos fez refletir mais sobre o isolamento social foi a pandemia de covid-19. Ao mesmo tempo, as possibilidades de interação virtual foram impulsionadas. A necessidade mais premente de comunicação remota promoveu novas atitudes em busca, inclusive, de meios para solucionar atividades de vida diária, o que foi muito positivo para uma quebra de barreira que algumas pessoas poderiam ter quando ao uso da tecnologia pela internet.
Celular, aplicativos, tablets e computadores, embora tenham uma linguagem mais desafiadora para quem não é nativo digital – e aqui entram os idosos de hoje –, estão cada vez mais acessíveis, intuitivos e inclusivos, possibilitando uma familiaridade, que pode ser mais ou menos natural, mas também adquirida conforme o interesse e a disposição de cada um.
É importante considerar que a idade avançada pressupõe experiências anteriores que, de certa maneira, determinam as condições físicas e emocionais do idoso e podem trazer amadurecimento, sabedoria, mas também conflitos e angústias. Dessa forma, alterar rotinas de forma prática pode ser trabalhoso e o mundo digital talvez pareça um pouco assustador.
Contudo, as novas possibilidades de comunicação por aplicativos de conversa e redes sociais, por exemplo, são um estímulo para o uso das tecnologias, motivando o idoso a aprender, buscar e trocar informações digitais com seus familiares e amigos.
Além disso, a frequência no uso das tecnologias faz com que as pessoas compreendam melhor o seu funcionamento e se sintam mais confiantes até para ampliar e diversificar, em alguns casos, as atividades no ambiente digital, como a realização de compras, pagamentos, entre outros.
Para cuidar da saúde, existem também diversos conteúdos e aplicativos de lembretes e organização, monitorização de condições físicas, ginástica cerebral, montagem de cardápios de alimentação... Enfim, são milhares de possibilidades – que precisam ser avaliadas criteriosamente quanto a segurança, custo e qualidade – mas que podem ser muito benéficas.
Ao incorporar os recursos tecnológicos de maneira geral em sua rotina, a falta de contato presencial é amenizada e o idoso pode ganhar em autonomia e fazer escolhas mais conscientes sobre suas interações. Já dizia o poeta Tom Jobim: “É impossível ser feliz sozinho”.
Fonte:
O idoso na quarentena e o impacto da tecnologia em sua vida
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