A cautela dos profissionais de saúde com relação ao tratamento de câncer em pessoas idosas existe por conta das eventuais comorbidades e fragilidades inerentes à idade avançada. No entanto, é cada vez maior o número de idosos com melhor qualidade de vida, o que faz com que mantenham um quadro de saúde mais equilibrado e estejam mais aptos a receber as variadas opções de tratamento de câncer, que podem envolver cirurgia, quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, entre outros.
Dessa forma, muitos idosos podem ser tratados com os mesmos procedimentos que alguns pacientes mais jovens. Essas decisões irão depender de uma avaliação criteriosa caso a caso. Se as comorbidades estiverem controladas, por exemplo, o idoso pode receber um tratamento mais adequado ao seu quadro, sem tantas restrições. Isso significa que, se a pessoa idosa tiver condições de receber um atendimento padrão em relação ao seu câncer, não há motivos para ser subtratada, considerando que os cuidados adequados podem aumentar suas chances de cura e controle da doença, sempre pensando no tempo e na qualidade de vida.
Nos idosos, as comorbidades, o tratamento oncológico em si e seus possíveis efeitos colaterais exigem uma avaliação constante e multidisciplinar, isto é, o paciente precisa passar periodicamente por vários profissionais de saúde com diferentes conhecimentos, além do médico, como nutricionista, dentista, fisioterapeuta, psicólogo, entre outros.
Todo este acompanhamento é fundamental para lidar com cada situação que se origine do quadro de saúde geral e do câncer, permitindo que sejam identificadas e consideradas as características específicas daquele paciente para definir quais são os cuidados mais adequados para ele, naquele momento. O tratamento pode ser trocado ou ajustado várias vezes e por diferentes motivos. O objetivo é o bem-estar do paciente e, neste sentido, a medicina tem evoluído gerando cada vez mais opções e recursos.
Para a definição de quais tratamentos o idoso tem condições de receber, a idade não é o principal determinante, mas sim o status funcional, o que a pessoa segue ou não apta e sem sequelas ou disfunções.
Importante ressaltar que essas decisões precisam se basear no conhecimento científico, na experiência dos profissionais e na troca de informações e ideias com o próprio paciente, que é um ser único, com suas expectativas, medos, incômodos, desejos e preferências. Tudo isso deve ser manifestado e conversado, sempre que possível, para que a pessoa com câncer – inclusive a idosa – seja protagonista em sua jornada de tratamento.
Fonte:
Duv-Idoso e Oncoguia
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