As pessoas com mais de 60 anos continuam entre os grupos prioritários para a imunização contra a Covid-19, inclusive aquelas que já tomaram as primeiras doses. Segundo o Ministério da Saúde, em nota publicada em abril, houve uma queda importante da proteção passado o tempo após as primeiras vacinas, principalmente entre os idosos e em relação à variante Ômicron.
Para recuperar a resposta protetora da vacinação, o Ministério da Saúde recomenda as doses de reforço nas diferentes faixas etárias, enfatizando que o objetivo é elevar a efetividade das vacinas para prevenção de doença sintomática e formas graves da Covid-19. Para ter ideia, a efetividade de uma quarta dose em relação à terceira dose foi de 55% para doença sintomática, 68% para hospitalização por covid-19 e 74% para o óbito.
Para essa recomendação das doses de reforço, o Ministério da Saúde considerou os seguintes fatos:
- Evolução do perfil epidemiológico da Covid-19 no Brasil, com queda progressiva nas internações entre as sucessivas ondas epidêmicas da Covid-19 após o início da vacinação;
- Situação atual onde já foi possível atingir elevadas coberturas vacinais, especialmente nos esquemas primários com duas doses de vacina nas diferentes faixas etárias;
- Discussões realizadas em âmbito da câmara técnica sobre imunização, com dados atualizados;
- Bom perfil de segurança das vacinas de vetor viral (Astrazeneca e Janssen). Embora tenham ocorrido eventos adversos graves, em particular após a primeira dose e nas faixas etárias mais jovens, foram casos raríssimos;
- Ocorrência de reações adversas graves à vacina, mesmo que sejam muito raras, podem impactar na confiança da população no Programa Nacional de Imunizações.
Sendo assim, a recomendação é que as vacinas de vetor viral (Astrazeneca e Janssen) sejam aplicadas para a população a partir de 40 anos. Em pessoas de 18 a 39 anos, devem ser administradas preferencialmente vacina da plataforma de RNA mensageiro (Pfizer).
Nos locais de difícil acesso ou na indisponibilidade do imunizante dessa plataforma, poderão ser utilizadas as vacinas de vetor viral (Astrazeneca e Janssen).
As vacinas de RNA mensageiro, como é o caso do imunizante da Pfizer, são um novo tipo de tecnologia de vacinação que utiliza moléculas de RNA para instruir as células do corpo a produzirem uma proteína do vírus SARS-CoV-2. Essa proteína é então reconhecida pelo sistema imunológico do corpo, que produz uma resposta imunológica para combater o vírus.
Para as pessoas idosas, portanto, as três vacinas atualmente disponíveis podem ser aplicadas sem distinção. É importante o reforço da imunização. Se ocorrer, a reação é leve ou moderada na maioria absoluta dos casos, podendo haver dor e vermelhidão no local da aplicação, dor de cabeça, calafrios ou algum tipo de mal-estar. Esses efeitos tendem desaparecer em 24h ou 48h após a aplicação.
O benefício de estar imunização contra uma doença potencialmente grave como a Covid-19 é muito superior a qualquer eventual incômodo relacionado à vacina.
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