Alguns fenômenos da linguagem são utilizados no discurso para compor o sentido almejado como o eufemismo, um modo de suavizar uma expressão que possivelmente seria vista de modo ruim. Na frase “ Eles se encontram na melhor idade”, a “melhor idade” é eufemismo para velhice, pois acreditam há a necessidade de adicionar um sentido mais suave para o termo “velhice” sendo que isso não é necessário uma vez que ser velho não é algo abominável.
Outro fenômeno na linguagem são expressões acompanhadas de preconceito velado como “Passei o dia sentada assistindo TV hoje, estou me sentindo como uma velha”. Nessa frase, comumente falada na sociedade, podemos observar a necessidade do Eu de “culpar” uma idade pela situação em que se encontrou ao longo do dia, associando à velhice um conceito de inutilidade e desprazer. Outra forma são os slogans de produtos antienvelhecimento que estimulam a renovação e regeneração celular, atuando contra os sinais de envelhecimento da área sensível do contorno dos olhos. Esse slogan é, claramente, uma ideologia da indústria e consequentemente da sociedade na qual aparentar ser velho ou mesmo estar velho é algo que não devemos almejar e sim fazer uso de produtos estéticos que se dizem capazes de retardar um processo celular, a fim de sempre parecer jovem.
Como conclusão temos as consequências trazidas em uma sociedade pelo preconceito que está velado tanto nos fenômenos da linguagem como nas expressões utilizadas. E, consequentemente, a segregação ou divisão que ocorre entre as pessoas dentro de uma mesma sociedade.
Referências:
TEIXEIRA, Selena Mesquita de Oliveira; SOUZA, Luana Elayne Cunha; MAIA, Luciana Maria. Ageísmo institucionalizado: uma revisão teórica. Revista Kairós-Gerontologia, São Paulo, 2018. Disponível em: < https://revistas.pucsp.br/kairos/article/view/41448 >. Acesso em: 17 de setembro de 2019.
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